Este artigo foi publicado originalmente no extinto blog
Aí Que Me Refiro... e volto a mostrar na íntegra, com a mesma ilustração de apresentação. Pra quem quiser relembrar ou conhecer as fotos de referência e as etapas do desenho, já mostrei
aqui.
Esta frase (a do título) aparece no início e mais adiante em
Metrópolis,
filme mudo alemão de 1927, dirigido por
Fritz
Lang.
Sua trama se passa numa cidade do futuro, chefiada pelo
empresário Joh Fredersen (Alfred Abel). Os empregados de sua principal usina,
não bastasse o escravismo que sofrem, vivem em situação de miséria e também são
forçados a trabalhar nos subterrâneos. Somente a classe aristocrata vive na
superfície.
Certo dia, Freder (Gustav Frölich), que é filho do empresário...
Vê uma moça com várias crianças na porta de uma dos jardins e fica encantado.
Depois de descobrir a rotina sofrida dos operários, discutir com seu pai e
substituir um trabalhador exausto, Freder resolve se disfarçar e com auxílio de
seu chofer, vai até as profundezas da cidade.
Vê a moça que procurava, Maria (Brigitte Helm), servindo de
porta-voz dos operários.
Ele conta a ela que quer ficar junto e apoiar os
trabalhadores, mas não percebe que foi seguido e que um cientista pretende usar
seus conhecimentos em tecnologia pra deturpar as motivações do povo explorado.
Baseado no livro da atriz/escritora Thea von Harbou, Metrópolis foi
roteirizado por ela mesma e com o diretor, com quem era casada. É um dos principais
representantes do expressionismo alemão, que era uma forma de mostrar visões
peculiares de seus realizadores, através de maquiagem, fotografia e efeitos
especiais.
Adolf Hitler gostou tanto do filme, que pediu a Joseph
Goebbels (seu ministro da propaganda) que chamasse Lang a fim de torná-lo
cineasta do Partido Nazista. O diretor recusou, se mudou pros Estados Unidos
e separou-se de sua esposa, porque ela preferiu ficar e se unir ao Partido.
Na música, o filme influenciou Madonna, Queen, Haddaway e
outros.
Serviu de inspiração para a cidade homônima das histórias
do Superman, pro visual do dróide C-3PO (Star Wars), para o mangá de Osamu
Tezuka (Astroboy, Kimba...) e há quem diga que, também influenciou as
arquiteturas de Gotham City (do Batman, de Tim Burton) e da cidade chuvosa de
Blade Runner (de Ridley Scott). Não sei se falei bobagem.
Se bem me lembro, soube da existência de Metrópolis num
programa da TV, quando criança. Já adolescente, vi fotos em revistas
informativas. Era um filme ultra difícil de se achar.
Só consegui assisti-lo este ano e soube que muitas partes
dele ficaram perdidas por décadas, até descobrirem trechos na Argentina (em
2008) e com eles, relançaram aumentando sua duração. Por isso, que no Youtube,
é possível achar 2 versões do filme. Procurem!
As partes que achei bizarras e chamativas: quando Freder
delira e imagina o maquinário da usina como um altar de sacrifícios, o inventor
Rotwang (Rudolf Klein-Rogge) perseguindo Maria e a robô alterada pra
substituí-la, criada para armar uma revolta. Sem esquecer da marcha
sincronizada dos operários abatidos, durante as trocas de turnos e seus
movimentos durante o trabalho na usina.
Fontes: Youtube, Google Imagens, Wikipédia (Brasil e EUA) e
Wizard Brasil 09 (Editora Globo, 1997)